Não conheço nenhum cristão católico que não possua nenhuma devoção a Virgem Maria, do contrário, faz parte da práxis cristã, pois, é uma forma de manifestarmos nossa veneração a genitora de Nosso Salvador. Nossos avós sempre nos ensinaram que devemos cultivar a devoção a Mãe de Deus, pois, ela também é nossa mãe.

E uma das formas de manifestar a confiança que temos a Ela é nos consagrando. Consagramo-nos a Jesus Cristo, Filho de Maria, ou seja, nos entregamos a Cristo, por meio de Maria. Não fazemos diretamente a Nosso Senhor, pois foi Ele mesmo que inaugurou a mediação maternal de Maria, quando disse “à mãe: ‘Mulher, eis o teu filho! ’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe! ’” (Jo 19, 26-27), e ainda, o Autor Sagrado completa dizendo que “a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Desde aí, os cristão sentem o desejo de recorrer a Virgem Maria.

A oração mais antiga a Virgem Maria é datada do século III e nos mostra como a comunidade primitiva já recorria a Mãe de Deus. A oração diz: “À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”.

Atualmente há diversas orações a Mãe de Deus. No entanto, nós, paraenses, possuímos a graça de termos como herança uma devoção tão bela a Maria, sob o título de Nazaré. Devoção esta, iniciada em 1700 quando Plácido encontrou as margem do Rio Murutucu a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Assim como tantos cristãos, de forma especial, nós paraenses, nos consagramos a Nossa Senhora de Nazaré, por meio de uma oração de consagração, em que, deixamos aos seus cuidados o nosso passado, o nosso presente e o futuro “nossas aspirações, projetos, sonhos, missão, realizações” tudo o que somos e temos, assim como a hora de nossa morte. Eis a importância da consagração: confiamo-nos a Cristo por meio de Maria!

Fotos: Karol Coelho – ASCOM Basílica Santuário de Nazaré

Texto: Don André Maria Cardoso – Religioso Barnabita