“D. Eliseu Maria Coroli: o Missionário feliz”

Em continuidade a série documental que relata a história missionária do Padre Barnabita D. Eliseu Maria Coroli, escrita pelo Pároco de Nazaré, Pe. Francisco Maria Cavalcante, nesta edição você conhece um pouco mais sobre a história pós-guerra. Momento em que o missionário volta ao convento para retomar os estudos. Confira:

Ao término da Primeira Guerra Mundial, o jovem Barnabita Eliseu Coroli volta ao Convento para retomar seus estudos. Em 1920, após obter o diploma de Maturidade Clássica em Lodi, cidade localizada na região da Lombardia (Itália), foi enviado à Cidade Eterna, a majestosa Roma, para cursar a sacra teologia.

Em 15 de março de 1924, o jovem religioso foi ordenado sacerdote na Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo, religiosos Barnabitas, pelas mãos do Cardeal Basílio Pompili, na igrejinha do Pontifício Seminário Laterano.

Em julho de 1924, os habitantes de Castelnuovo transbordavam de alegria, porque o neossacerdote, filho daquele povoado, iria celebrar por primeira vez missa ali. A humilde família Coroli fez grande esforço para preparar uma linda festa, como sinal de seu júbilo por tão grandiosa graça.

No fervor do festejo, Padre Eliseu Maria pede um presente de ordenação a seus pais: permissão para suas irmãs Adeli e Giuseppina serem religiosas. Seus pais dão consentimento e ambas entram na congregação das Irmãs da Caridade de Maria Menina. Em alguns anos, seu irmão Paulo Coroli – que nesse período tinha 12 anos –, iria também se juntar aos Soldados de Cristo na mesma Ordem Religiosa de seu irmão.  De tal acontecimento podemos inferir que se plantarmos com dedicação e generosidade, bons frutos colheremos: da família Coroli, quatro belos lírios foram colhidos para embelezar e perfumar o jardim do Senhor na vida religiosa.

Mesmo se sentindo realizado com o fato de já haver alcançado a graça de ser religioso clérigo Barnabita, Padre Eliseu Maria sentia que poderia galgar voos mais altos na busca pela autêntica felicidade; vê-se aqui expressada uma máxima do fundador de sua Ordem Religiosa:

“Não progredir no caminho de Deus é parar, é voltar pra trás” (Santo Antônio M. Zaccaria); não poderia contentar-se com o que havia alcançado, era preciso dar um passo mais ousado e sabia que podia fazê-lo. 

O sonho de criança inflamava seu interior, não queria calar essa moção que marcara sua vida, no passado e na posteridade:

“Ser missionário para ser muito feliz, feliz de verdade”. A doce voz de sua mãezinha imortalizou no seu ser esse ideal de vida. A realização desse projeto consistia na sua essência em responder ao chamado do Divino Mestre, que nos olha com um olhar de amor transbordante e nos exorta dar sempre mais de nós mesmos em prol dos demais.

Pe. Eliseu se colocou à disposição de seu Superior Geral para ir a missão fora da Itália. Eis que a Providência Divina une o sonho do jovem padre à necessidade de prover pastores que ajudem a apascentar as ovelhas no novo mundo. Sua destinação: o renomado Colégio Zaccaria dos Barnabitas, localizado no Rio de Janeiro.

Depois de três meses de viagem de navio, chega ao Brasil em dezembro de 1924, com poucas malas, porém com o coração repleto de valiosos tesouros espirituais, prontos para partilhá-los com aqueles que Deus lhe confiaria.

“Quando a disponibilidade é cordial e total, a obediência é perfeita”.

 (Servo de Deus Dom Eliseu Maria Coroli)

Texto: Pe. Francisco Maria Cavalcante