Nesta segunda-feira (12), durante a Santa Missa realizada na Basílica Santuário, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Corrêa, aconteceu a posse do novo Pároco de Nazaré, Padre Francisco Maria Cavalcante.

O sacerdote inicia a sua missão à frente da Paróquia de Nossa Senhora do Desterro antes conduzida pelo Padre Giovanni Maria Incampo. Após a celebração, houve um jantar de confraternização para os confrades e representantes das comunidades de Nazaré.

Durante o discurso de agradecimento, o novo pároco explicou que o lema que norteará esta nova etapa vem do Santo fundador dos Clérigos Regulares de São Paulo, Santo Antonio Maria Zaccaria, que é “Sem o amor de Deus nada se faz” (SAMZ sr4).  “Essa frase nos leva a perceber que sem a experiência fundante com o amor do Altíssimo nossos atos seriam meros devaneios humanos, nossos projetos seriam escritos na areia, onde o vento apaga”, disse.

Encerrou o discurso  ressaltando a importância de dedicar-se às obras de Deus realizadas no Santuário de Nazaré. “Ofereço minha voz para anunciar a Palavra do Senhor, minhas pobres mãos para gerar a Cristo em cada Santa Eucaristia, para levar a unção dos enfermos aos doentes, para abençoar e apontar horizontes que nos levarão ao céu, enfim, ofereço minhas singelas mãos para com vocês empurra a berlinda”.

Confira na íntegra o discurso do novo Pároco de Nazaré, Padre Francisco Maria Cavalcante:

“Graça e paz!

Irmãos em Cristo, a cada nova missão que nos é confiada somos exortados a descobrir quais são os sinais de Deus naquilo que é posto em nossas mãos.

Alguém me perguntou: se o senhor pudesse escolher uma frase como lema dessa nova etapa de sua missão qual seria? Depois de meditar respondi: “Sem o amor de Deus nada se faz” (SAMZ, sr4). Essa frase de nosso santo fundador nos leva a perceber que sem a experiência fundante com o amor do Altíssimo nossos atos seriam meros devaneios humanos, nossos projetos seriam escritos na areia, onde o vento apaga. Deixar que o amor do criador esteja no cerne de nossa missão possibilitar-nos-á dar a tudo aquilo que fizermos sabor de céu. São Paulo Apóstolo já nos advertiu em sua carta aos Coríntios:

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria” 1 Cor, 13, 1-2.

Falando de amor, permitam-me fazer memória a um exímio religioso que já partiu à pátria celeste: Pe. Paolo M. Catel. De nome a etimologia sugere, o menor, porém apesar de sua pequenez foi um incansável missionário que deixou sua pátria e adotou o nosso Brasil como sua nova casa. Quando o conheci ele já sofria sérios problemas de saúde. Desde minha infância observando a figura emblemática desse religioso me perguntava: “o que leva a uma pessoa a deixar pátria e família para estar aqui na Amazônia conosco? O que tem de tão sedutor na vida religiosa que o leva a uma decisão tão radical?”. Certa vez um religioso veterano me comentou que sua família o exortava a voltar a Itália para tentar ver formas de atenuar seu estado precário de saúde, porém ele respondia: “vim como missionário ao Brasil e como missionário quero morrer”. Nosso amado Padre Catel traduziu com sua vida que ser servo de Deus implica por amor gastar toda a vida em prol do projeto que o Senhor nos confiar. Esse bom velhinho me introduziu na Igreja na pia batismal, deu-me a Cristo eucarístico em minha primeira comunhão e me recebeu no Seminário como meu primeiro reitor. Louvado seja Deus pela vida e vocação desse amado religioso. A Deus e ao senhor Pe. Catel minha eterna gratidão.

Vossa Excelência Dom Alberto, arcebispo de nossa Arquidiocese, Reverendo Padre José Ramos, nosso superior provincial, caros confrades, sacerdotes e povo de Deus em geral, a providência permitiu que eu assumisse em comunhão com vocês essa missão, abraçá-la-ei com amor e dedicarei meus dias em prol da causa de Deus neste Santuário; ofereço minhas voz para anunciar a palavra do Senhor, minhas pobres mãos para “gerar” a Cristo em cada Santa Eucaristia, para levar a unção dos enfermos aos doentes, para abençoar e apontar horizontes que nos levarão ao céu, em fim, ofereço minhas singelas mãos para, com vocês, empurrar a berlinda, ajudando ao povo belenense a descobrir, no jeito maternal da Virgem Maria de apresentar o Cristo, que “sem o amor de Deus nada se faz”.

Pe. Cavalcante, CRSP  

 

Texto e fotos: Yêda Sousa – ASCOM Basílica Santuário de Nazaré