Quando falamos de José, “homem justo” (Cf. Mt 1,19), o “carpinteiro” (Cf. Mt 13, 55), pai adotivo de Jesus e descendente de Davi (Cf. Mt 1, 1-16), não percebemos em momento algum São José falar. É como se fosse um mudo. Até Zacarias que ficara mudo por ter indagado o Anjo Gabriel no dia do anúncio que este seria pai (Cfr. Lc 1, 5-25) voltou a falar após cumprir o que predissera o Anjo, dando o nome de João ao seu filho “seu nome é João” (Lc 1,63). No entanto, quanto a José a Sagrada Escritura em nenhuma parte deixa evidente que este grande homem falou.

 

Todavia, suas atitudes nos dizem muito. Lembremo-nos, por exemplo, de alguns fatos de nosso conhecimento, como: José não teve relações com Maria (Cf. Mt 1,18; 1,25); o de que pretendia abandonar Maria (Cf. Mt 1,9); não era o pai biológico de Jesus (Cf. Mt 1,18); desistiu dos seus planos em desproteger Maria após uma revelação em sonho (Cf. Mt 1,20; 1,24) e o feito de ele ser descendente de Davi (Cf. Lc 2,4).

Ademais, a última citação sobre o homem justo acontece quando Jesus tinha apenas doze anos, no relato da ida ao Templo, por ocasião da Páscoa. A Sagrada Escritura narra que após os dias (da Festa) retornaram a sua cidade sem perceberem que o menino havia permanecido em Jerusalém. Após este relato, nada mais sabemos sobre São José. Porém, seus atos despertam em nós a mais alta vontade de viver em plena conformidade com Deus.

Seu exemplar silêncio é tão eloquente que a Santa Igreja, por meio do Papa Pio IX o [1]proclamou como PATRONO DA IGREJA UNIVERSAL, para nos ajudar, ainda mais, a estarmos e entramos na obediência ao Plano de Deus. Passados 150 anos em que a Igreja vive sob o patrocínio do glorioso São José, o Papa Francisco convocou o Ano Josefino que ainda estamos vivendo.

Prestes a celebrarmos solenemente o dia desde grande santo, momento em que a Igreja faz uma pausa na austeridade – característica própria da quaresma para melhor celebramos a Páscoa de Nosso Senhor- para festejarmos a exemplar humildade deste camponês. Peçamos a São José a graça de silenciarmos quando necessário, mas acima de tudo, a sermos exemplos.

São José Guardião de Jesus e casto esposo de Maria. Rogai por nós!

[1] Aos 08 de dezembro de 1870.

Fotos: Yêda Sousa – ASCOM Basílica Santuário de Nazaré