Há exatos 116 anos, dez religiosos desembarcavam na Terra de Santa Cruz com o objetivo de evangelizar e contribuir à salvação integral de cada filho de Deus. Eram filhos de Antônio Maria Zaccaria que dotado por um grande amor a Cristo Crucificado, fundou a Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo, as Irmãs Angélicas de São Paulo e os Casais de São Paulo, e deixou-nos a missão, que passou a ser nosso carisma: renovar.
Tudo começou quando os Barnabitas, impregnados pelo espirito missionário, decidiram de começar uma missão onde antigamente era a Birmânia, hoje Myanmar, nos reinos de Ava e Pegu. Essas missões duraram 109 anos, cheia de plena vitalidade missionária, sendo encerradas gloriosamente em 1830 (século XIX).
No inicio do século XX, na França, o Estado começou a impor rígidas leis à Igreja devido a laicização da sociedade, tendo seu cume, com as atitudes de Émile Combes, Primeiro Ministro. Este fechou milhares de escolas e expulsou mais de 20 mil religiosos do país, dentre eles, também estavam os Barnabitas. Isto causou um acumulo de religiosos, numa única comunidade. A partir deste fato, decidiram tomar uma iniciativa: o de “cruzar os mares”, pois, desde 1901, haviam chegados alguns pedidos dos bispos da América do Sul, especialmente de Olinda (PE) e de Sucre (Bolívia), mas, decidiram optar pelo Brasil.
Em 21 de agosto de 1903, atracam em Pernambuco e no Pará dez religiosos, de nacionalidade belga, francesa e italiana. Naquele Estado as missões duraram apenas dois anos, pois, era inviável a vida em comum, já que a distância das quatro paróquias assumidas, da capital é de 530,3 km.
Por outro lado, no Pará, desembarcaram: Pe. Emilio M. Richert, Pe. Paulo M. Lecourieux, Pe. Pedro M. Charvy, Pe. Julio M. Vanbecelaere e o Irmão Vito M. Di Cecca, todos recebidos pelos Irmãos Maristas, que os acolheram no Convento do Carmo- localizada na atual Cidade Velha-. Dom Francisco do Rego Maia, lhes confiou à direção do Seminário Diocesano de Nossa Senhora da Conceição, com sede na Igreja de Santo Alexandre (atual museu de Arte Sacra, na Cidade Velha), trabalho que foi bem desempenhado. Assim como na Prelazia do Guamá-Gurupy, atual Diocese de Bragança. Merece destaque o Servo de Deus, Dom Eliseu Maria Coroli, o “missionário feliz”.
Poucos anos depois suas atividades centraram-se na Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, casa de Deus, e lar da Imagem milagrosa de Nossa Senhora de Nazaré. Na qual em 1909, começaram a construção do mais belo Santuário, – e terceira Basílica no Brasil-, dedicado à Rainha da Amazônia, e sede da maior festa mariana do Brasil, quiçá do mundo: o Círio de Nazaré. Local onde Padre Afonso Di Giorgio doou-se incansavelmente.
Atualmente, os Barnabitas estão presentes nos seguintes Estados: Pará, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso, hoje, rendemos graças a Deus pelo trabalho e doação dos incansáveis pioneiros, que foram os alicerces no Brasil e supliquemos a Santo Antônio Maria Zaccaria e a nossa Mãe, a Virgem de Nazaré, que interceda por cada um, cumulando-os de graças especiais e que suscite vocações comprometidas. Tudo para e pelo Reino de Deus. Assim seja!