A Ressureição de Jesus Cristo foi, é e será o maior milagre da história de todos os tempos. A Conversão de São Paulo é o segundo maior milagre da história, e é fruto da mesma ressureição de Jesus. Pois, a Jesus, Deus e homem, nada é impossível.

Por Padre Giovanni Incampo.

Saulo, Judeu, da tribo de Benjamim, da família de fariseus, nasceu de Tarso, grande cidade da Cilicia, atual Turquia. Foi formado como fariseu na lei mosaica em Jerusalém como discípulo do grande Rabi Gamaliel. Mas, Jesus mudou radicalmente a vida de Saulo, no caminho para Damasco onde, autorizado pelas autoridades religiosas de Jerusalém, tinha todos os poderes para aprisionar os judeus convertidos ao Evangelho de Jesus. Mas, Jesus foi mais radical do que Saulo: o derrubou e o converteu radicalmente de fariseu fanático e perseguidor em cristão entusiasta, evangelizador e apóstolo. Jesus ressuscitado, pessoalmente, lhe infunde toda ciência e o conhecimento de toda a verdade, dogmática e moral, do Cristianismo em sua completa totalidade, sem erros e incertezas, sem que Paulo precisasse da infusão do Espírito Santo, como os 12 Apóstolos no Cenáculo, no dia de Pentecostes, e sem prévia catequese, ao ponto de se apaixonar da pessoa e do mistério de Jesus Cristo, tanto que dedicou toda sua vida até o martírio em anunciar aos pagãos Jesus Cristo e Jesus crucificado. As 14 cartas do Apóstolo Paulo às comunidades, por ele fundadas, são indispensáveis, como complemento providencial, para entender melhor os Evangelhos e a obra de Jesus; ao ponto em alguns autores céticos acharem que o verdadeiro fundador do cristianismo seja São Paulo.

A conversão de São Paulo é o acontecimento mais providencial, no inicio do cristianismo, para convencer os pagãos, os adversários da religião cristã e os mais afastados incrédulos de todos os tempos, para confiar no milagre providencial de que ninguém se ache excluído do caminho cristão, no momento em que, como foi para São Paulo, a conversão a Cristo é o dom e graça de Jesus a todos, sem discriminação ou privilegiados, Jesus Cristo crucificado e ressuscitado é o Salvador de todos os homens e quer que todo ser humano de qualquer tempo, raça língua e cultura se converta e se salve. E de Graça. “Eu anuncio Jesus Cristo e Jesus crucificado”. É o escândalo da cruz: Jesus crucifixo: “vergonha aos judeus; loucura aos gregos”.

Para conhecer diretamente o que aconteceu na Conversão de Paulo, temos três textos oficiais em que o mesmo protagonista, Paulo, nos conta os pormenores da visão que ele teve no caminho para Damasco e que teve como benéfica conclusão e sua conversão de judeu anticristão em cristão convencido e ardoroso: At 9, 1-22;22, 5-16;26, 12-18.

O fato que a Conversão de Paulo, tinha acontecida no inicio do Cristianismo, bota em destaque o valor predominante da conversão de cada pessoa para poder entender, aceitar e vivenciar a novidade do Evangelho para ser criatura nova e entrar a fazer parte do Reino de Deus que Jesus Redentor veio anunciar e oferecer aos homens pecadores. Isto providencialmente bate em sintonia com a pregação de Jesus, que aos 30 anos, após o Batismo no rio Jordão, iniciou a sua vida pública gritando às multidões: “convertei-vos”. A conversão de São Paulo iniciou, portanto, o projeto de Jesus de levar à salvação toda a humanidade a partir da mudança radical da vida.

Quando o fim do século XV e no início do século XVI, iniciou a Renovação da vida cristã, com vários movimentos de reforma dos costumes e da vida cristã, “in capite et in  membris” (na hierarquia da igreja e nos fiéis), os apóstolos dessa reforma, afervorados pelo Espírito Santo, se inspiraram em São Paulo escolhido como exemplo, mestre e apóstolo da renovação cristã. Santo Antônio Maria Zacacaria, jovem médico e logo depois sacerdote, de Cremona-Norte Itália, quando deu início à renovação do fervor cristão ao clero, às freiras e aos leigos, se inspirou em São Paulo que escolheu como mestre e patrono da família      Zaccariana: Padres como Clérigos Regulares de São Paulo; freiras como Irmãs Angélicas de São Paulo e leigos como Conjugados de São Paulo; com a diferença, puramente nominal que as Angélicas de São Paulo Converso (25 de janeiro) visando a conversão, e os Padres eram de São Paulo Degolado (30 de junho) visando o martírio.

No século XXI, quando a cristandade parece ter perdido a luz e o fogo trazidos sobre a terra por Jesus e expandidos por Paulo e os Apóstolos, a humanidade ocidental, por 20 séculos cristãos e hoje pagãos, precisos urgentemente de uma profunda renovada conversão, para readquirir sua identidade cristã e sua gloriosa história. A Conversão do Apóstolo Paulo torna-se atualíssima e urgente para que a Europa e as nações de religião tradicionalmente cristã voltem a fazer sua conversão do paganismo prático para um cristianismo vivo e beneficamente revolucionário, reconduzido entre nós o Reino de Deus, o Reino de Jesus crucificado mas ressuscitado. MARANATHÁ! Vem, Senhor Jesus!