Após cerca de cinco horas, percorrendo 3,7 km, a procissão chegou à Igreja da Sé, por volta de 23h30. A Imagem Peregrina fica na Catedral até a saída do Círio.
Traduzida em simples informações, a Trasladação se realizou no último sábado, 12, com saída do Colégio Gentil Bittencourt, às 17h30. Após cerca de quatro horas, percorrendo aproximadamente 3,7 km, a procissão chegou à Igreja da Sé, por volta de 22h30. Mas para o devoto de Nossa Senhora de Nazaré, esses dados não têm a menor importância, porque fé não se mede em horas e distâncias. E foi em clima de muita fé e emoção que os fiéis acompanharam a Imagem Peregrina naquele que já está sendo denominado de ‘Círio Noturno’, devido o aumento do número de fiéis que acompanham a procissão em torno da Santa.
A Trasladação é pura emoção e religiosidade, até pelo clima mais ameno e aconchegante do anoitecer. É a procissão luminosa dos filhos da Virgem de Nazaré, que toma conta das ruas da capital paraense, ao cair da tarde, no trajeto inverso à grande procissão de domingo, rumo à Catedral de Belém.
GRATIDÃO
Durante o trajeto, como já é tradição, a Imagem Peregrina é homenageada por muitas empresas localizadas no percurso da procissão, além de receber manifestações de fé e gratidão dos devotos paraenses e dos turistas que chegam de todas as partes do Brasil e do Mundo, para fazer seus agradecimentos e pedir as bênçãos da Rainha da Amazônia. Assim como no Círio, a Berlinda também é protegida por uma corda na Trasladação, e os fiéis que se atrelam a esse elo o fazem em comovente união de forças e em retribuição por graças alcançadas. Muitos estudantes acompanham a Trasladação puxando a corda da Berlinda em agradecimento à sua aprovação no Vestibular.
Cânticos, orações e chuvas de papel picado foram algumas das inúmeras homenagens que a Imagem Peregrina ganhou ao longo de toda a procissão da Trasladação. Ao chegar à Catedral de Belém foi recebida com um belíssimo espetáculo de fogos e música de coral. A Imagem permaneceu na Sé até às 7h da manhã de domingo, de onde partiu para o Círio 2019.
TRADIÇÃO
De acordo com alguns pesquisadores, a primeira Trasladação foi promovida pelo governador Francisco de Souza Coutinho e o Capelão do Palácio do Governo, padre José Roiz de Moura. A procissão noturna lembra o momento em que a imagem encontrada pelo caboclo Plácido é levada para ficar sob a vigilância dos guardas da Província, na região onde, atualmente, fica a Igreja da Sé. Segundo a tradição, de lá, a imagem desaparecia milagrosamente, à noite, voltando ao local de origem, que atualmente abriga a Basílica Santuário.
Texto: Emiliana Costa
Fotos: Aline Andrade e Yêda Sousa – ASCOM Basílica Santuário de Nazaré