Deus tem seu próprio tempo para agir e curar. Só é preciso orar e confiar, ter fé. Mas às vezes, as circunstâncias põem em xeque essas certezas, mesmo que a reflexão venha de um Padre. “A Quarentena de um Sacerdote: 11 dias de um pequeno calvário” é o terceiro livro do Padre Barnabita José Adelson Ramos das Mercês. Acometido pela Covid-19, Padre Ramos passou 11 dias internado em um hospital e fez intrigantes descobertas, espirituais e corporais, no período que denominou “vivência de cruz e ressurreição”. Comprovou que ser Padre não dá direito a privilégios, ao contrário: “É próprio da fé ser provada, ou melhor, a provação é condição do homem, sobretudo do religioso”.
Com a doença, vieram à tona sentimentos inusitados: “Nunca fui um tipo fácil ao pranto (…). E eis-me agora tomado, frequentemente, de incontrolável comoção a ensopar lenços de papel”, constatou. O espanto aumentava a cada descoberta. “Meu Deus, uma virose que arrisca nosso corpo, nossa psique e nossa alma!”, admirava-se, em meio a delírios, sentindo sua alma em profunda apatia e esquecida da fé. Mas rebelou-se contra esse estado de coisas: “De jeito algum continuar assim!”.
Aí veio a internação no Hospital da Beneficente Portuguesa, com todos os padecimentos e fragilidades próprios da enfermidade. A experiência foi penosa, mas ele revela que se fortaleceu nas três Santas: Missa, Oração, Medicina.
Nessa publicação, como em seu primeiro despertar ao toque dos sinos da Basílica Santuário – depois do retorno ao lar, já curado –, Padre Ramos abre uma nova jornada e convida-nos a prosseguir à travessia da vida com renovada fé.