Neste mês reverenciamos de forma mui especial a sempre Virgem Maria que de modo inigualável entrou na história da salvação. A toda bela, santa e pura, logo começou a fazer parte da vida dos primeiros cristãos, assim, as orações (a primeira dela é o sub tuum praesidium)[1], cantos, jaculatórias, pinturas, surgiram com o intuito de a ela recorrer sempre, pois é spes nostra[2].

Contudo, o amor que todos nós temos para com a Virgem Maria nasce no berço. Por isso, é um amor que possui o seu DNA. Foram nossos pais e avós que nos transmitiram. É a mais pura e bela devoção. Quantos de nós aprendemos a rezar a Ave-Maria quando criança? Quantos de nós participamos, com toda felicidade com nossos pais de procissões em honra a Maria? Quantos de nós hoje, recorremos a ela para colocar sob seus cuidados problemas, felicidades, angustias, esperanças…? Verdadeiramente Maria é nossa Mãe!

Maria possui seu lugar na Igreja e em nossa vida. É impossível desligar Maria de seu Filho, é impossível tirar Maria da Igreja. São Paulo VI afirma que «o centro, o cume e a essência de toda a Liturgia é a Eucaristia, renovação incruenta do Sacrifício de Deus. Deste sacrifício e Sacramento participam todos os Sacramentos. Nesta oração oficial da Igreja, “um lugar singular coube, Maria”. A devoção a Maria é “elemento qualificante da genuína piedade cristã”. Esta veneração à SS. Virgem se estabelece “no coração do único culto que com razão e justiça é chamado cristão»[3]. Assim, o amor e a esperança que temos em Maria parte do amor e esperança que temos por Jesus que nos confiou a maternidade da Sua Mãe e há sua atualização na Santa Missa.

Por essa razão, em dias alegres e tristes, com fé e devoção, nós recorremos a intercessão da Santa Mãe de Deus, na certeza de sermos ouvidos por aquela que cumpriu com êxito a vontade do Senhor. Ao concluirmos este mês mariano, é de tradição realizar a coroação de Maria, momento em que publicamente reafirmamos que Maria é Rainha do Céu e da Terra. Verdadeiramente a profecia proclamada por Maria no magníficat[4] se concretiza ainda hoje “desde agora todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. Que ela interceda sempre por cada um de nós. Amém.

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[1] À vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

[2] Esperança nossa.

[3] PAOLO VI, Marialis Cultus, 1974, nº 20.

[4] Magnífica.

 

Foto: Karol Coelho – Ascom Basílica Santuário de Nazaré