“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça” (Ap 12,1)

Elevada ao céu de corpo e alma, Nossa Senhora recebeu a mais digna e devida glória ao ser coroada como Rainha do Céu e da terra, dos santos e anjos, e de toda a humanidade pela Santíssima Trindade.

Para os fiéis que estiveram presentes na Basílica Santuário de Nazaré e também para os que acompanharam pelas plataformas digitais, a tradicional coroação de Nossa Senhora foi um momento de profunda emoção por conta da homenagem feita aos profissionais da saúde que atuam na linha de frente contra a COVID-19. A cerimonia aconteceu após a santa missa presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém e contou com a presença dos Padres Barnabitas que estão à frente do Santuário a mais de um século.

O clima também foi de despedida: após passar nove dias mais perto dos devotos, a Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré retornou ao Glória, onde permanecerá até outubro, na ocasião da grande festa da Rainha da Amazônia.

Por que coroar Maria?

A piedade popular tem por costume realizar a coroação de Nossa Senhora ao longo desse mês ou, sobretudo, no seu encerramento, dia 31, quando se recorda, liturgicamente, a Visitação de Maria a Isabel. Dessa forma, as comunidades cristãs, cada qual com sua criatividade, cultura e identidade, expressam o seu carinho e louvor à Virgem Santa, realizando a coroação de alguma imagem de Nossa Senhora. Ainda que os meses de agosto, setembro, outubro e dezembro também contenham um sabor mariano (por ocasião das festas da Assunção, da Natividade, do Rosário, de Nossa Senhora Aparecida e da Imaculada Conceição), maio é, por excelência, o mês mariano para toda a Igreja.

Em Maria Santíssima, temos a floração da Vida Nova, o Cristo, que nos resgata em seu amor. E os frutos dessa nova floração são aqueles que aderem à sua mensagem libertadora, livres do pecado, da morte, da dor e da injustiça.

Dentre as práticas de devoção e piedade marianas do mês de maio, tem destaque a coroação da Virgem – que possui, inclusive, ritos oficiais nos livros litúrgicos –, como ápice e ponto culminante das manifestações do amor filial do povo Àquela que é sua Mãe.

Os pobres, os excluídos, os enfermos e todos os sofredores identificam-se, assim, com Maria e nela encontram refúgio e forças para a luta, na certeza de que Deus está ao lado dos oprimidos e derruba do trono os poderosos, conforme cantou profeticamente nossa Mãezinha (Lc 1,51).

Maria de Nazaré, modelo de caridade e solicitude, dedicando toda sua vida ao projeto salvífico do Pai, tornou-se discípula e missionária do Filho amado, sem, contudo, perder aquilo de mais belo e único que o Senhor lhe proporcionou: ouvir o próprio Deus feito homem chamá-la de MÃE. Sempre virgem e cheia da graça do Espírito, Maria, um dia, adormeceu no Senhor e foi elevada aos céus pelos anjos, porque o Filho não quis ficar distante da Mãe e desejou que o corpo glorioso dela se unisse ao seu nos altos céus – do mesmo jeitinho que será conosco no final dos tempos.

Quando Maria chegou aos céus, houve uma festa muito grande, anjos fazendo-lhe um cortejo e cobrindo-lhe com pétalas e flores das mais belas e cheirosas.

Texto e Fotos: Karol Coelho – ASCOM Basílica Santuário de Nazaré (com informações retiradas da Academia de Maria https://www.a12.com/academia/artigos/maio-por-que-coroar-nossa-senhora)