Tradição é a transmissão de costumes, comportamentos e memórias, sendo assim, elementos transmitidos passam a fazer parte da cultura. Em 1700, Plácido José de Souza achou uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré e jamais imaginaria o quão grande este evento se tornaria. E após diversos episódios de fé, se propagaria a grande festa de Nazaré, o Círio.
O Círio de Nazaré é a maior manifestação religiosa do Brasil e, no segundo domingo de outubro, as ruas de Belém são tomadas por devoção e fé. A cidade fica diferente de tudo que acontece durante o ano todo, a cidade muda de cor, tem outro cheiro, as pessoas transbordam em si o sentimento de amor e gratidão. Do mesmo modo, são inúmeras as demonstrações de agradecimentos dos fiéis que participam da procissão para agradecer por uma graça alcançada, levando a representação de tamanha conquista.
No dia 04 de março, foi aprovada a lei nº 654/2023 que declara o Círio de Nazaré como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará.
Desde 2013, o Círio é Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), bem como por Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 2004.
Outros bens do Círio de Nazaré que já receberam esse reconhecimento foram a Berlinda de Nossa Senhora de Nazaré (Lei n° 9.742/2022) e a Corda que puxa a mesma (Lei n° 9.917/2023). A “Guarda de Nazaré” (Lei n°8.881/2019) e o deslocamento de peregrinos pelas estradas, conhecido como “Romaria Castanhal-Belém” (Lei n° 7.259/2009) também receberam o reconhecimento.
O Círio de Nazaré não se explica, ele se vive. É uma manifestação de fé e devoção. Deus concede o que existe de mais precioso, a graça de viver o testemunho da fé cristã católica e oferecer como sinal ao Brasil e ao mundo. Tal fato, engradece a cultura e a devoção mariana.
Texto: Bárbara Matoso – Ascom Basílica Santuário de Nazaré