Corda do Círio, produzida no Pará, foi entregue hoje (04)

Pelo segundo ano consecutivo produzida totalmente no Pará, a entrega aconteceu em dois momentos, em Castanhal e Belém.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

A cerimônia de entrega da corda do Círio 2024 foi realizada nesta quarta-feira, 04 de setembro, em Castanhal. Em seguida, a corda foi conduzida para Belém, onde permanece guardada na Estação Luciano Brambilla até o dia da vistoria pela DFN, em 28 de setembro.

Em abril de 2023, a DFN anunciou que a produção da corda do Círio, um dos maiores ícones da festividade, seria feita integralmente no Pará, pela primeira vez, para ser usada nas duas maiores e mais tradicionais procissões, o Círio e a Trasladação. E novamente este ano a corda será produzida aqui, doada pela empresa Castanhal Companhia Têxtil (CTC) à DFN.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Um novo protótipo, do mesmo material utilizado ano passado, malva e juta, foi produzido pela CTC e testado e aprovado pela DFN. “Temos uma corda com atracações das argolas mais resistentes que a do ano passado. São essas argolas que são presas nas estações e onde se concentra a maior força. Tivemos o cuidado de tomar todas as providências para que os incidentes ocorridos ano passado não se repitam. É natural que esta corda, feita de um material diferente do sisal, utilizado durante muitos anos, seja aprimorada a cada ano, para se chegar a uma ideal para as duas procissões. E esperamos que com as mudanças deste ano ela esteja mais apropriada”, ressaltou o diretor de procissões, Antônio Sousa.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

A corda utilizada nas procissões tem 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, e tem 60 milímetros de diâmetro.  Ela já vem adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Revisão da corda

Já no dia 28 de setembro, a partir das 15h, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e a Guarda de Nazaré realizam uma revisão geral na Corda do Círio. A vistoria, que será realizada no colégio Santa Catarina de Sena, em Nazaré, visa checar detalhes do ícone da festa de Nazaré como argolas, nós e estações, além da medição dos 800 metros da corda, para saber se estão em perfeitas condições. Após este momento, a corda utilizada na Trasladação ficará em exposição na Estação Luciano Brambilla e a corda do Círio ficará em exposição na Estação das Docas, até o dia das procissões.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Como é feita a corda do Círio

A corda utilizada no Círio e na Trasladação até 2022 era feita de sisal, uma fibra vegetal muito dura e resistente, e era produzida em Santa Catarina. Nesta nova proposta da CTC, a corda foi produzida por uma composição de fibras de malva, em sua maioria, e juta, todas elas, plantadas e cultivadas na região Amazônica. Esta nova composição fica mais macia ao toque das mãos, pela presença da malva, sem, no entanto, perder resistência, em razão dos fios de juta. Quanto ao seu processo de transformação em fios, são muitos os estágios de fabricação, desde a colheita, realizada por diversas comunidades que fornecem o material à CTC, até a produção final.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Histórico – A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.

Foto: Icaro Farias – Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Texto: Bárbara Matoso – Ascom Basílica Santuário de Nazaré com informações Ascom Diretoria da Festa de Nazaré.