Reflexão do Evangelho – Lucas 12,13-21

 

Desde Lc 9,51, vemos Jesus caminhando para Jerusalém. Isto nos leva a entender os sentimentos de Jesus enquanto nos ensina. Dita o caminho da santificação apresentando-se na condição de Mestre e Guia. Lc 12, no início, já fala da necessidade do testemunho heroico dos discípulos. Haverá uma intervenção do Espírito Santo que falará pelos levados diante dos tribunais. Os sofrimentos associam à paixão de Cristo. Hoje, Jesus nos ensina o necessário desprendimento. Lc 12 é uma catequese, que tem Jesus como protagonista, para entendermos quais são as nossas obrigações morais para merecermos a vida eterna. Para isto, após declarar que não é sua obrigação tratar de herança, Jesus aproveita a oportunidade para explicar que não devemos nos deixar escravizar pela cobiça da riqueza. Os bens materiais nos dão a tranquilidade em vista de uma vida de piedade. Crescemos na vida espiritual cultivando a ciência de Deus. Religião é vida segundo a vontade de Deus, que Jesus nos revela através do seu exemplo. Os mistérios revelados são a nossa verdade. Somos favorecidos, em tempo de paz, pela reflexão sobre as Escrituras. Alcançamos desse modo, uma aproximação da divindade.

Chegamos a viver a nossa vida na condição de seres criados à imagem de Deus. Não nos deixemos embrutecer pela avareza. A abundância dos bens materiais não resolve o problema existencial. Olhando as flores e os pássaros, entendemos que devemos evitar o embrutecimento moral que leva à autodestruição. Criados à imagem e semelhança de Deus, lembremos a nossa adoção filial em Jesus Cristo. A redenção deve ser valorizada. Desfrutemos a graça dos sacramentos. Pela consolação da graça divina, procuremos viver a nossa vocação à vida eterna. Assistidos pela virtude da perseverança, caminhemos para a vida eterna. Aquele que ambiciona os bens espirituais cria as condições da sua vida eterna.

Padre Ferdinando Maria Capra pertence à Ordem dos Clérigos de São Paulo (Barnabitas) e serve no Rio de Janeiro (RJ).