Reflexão do Evangelho – Lucas 15,1-32

O filho pródigo

A reconciliação do filho pródigo com o Pai ocorre porque, o filho sacudido pelo sofrimento, toma conhecimento da desastrada decisão tomada, da terrível condição em que acabou caindo e da correta decisão para poder reverter a situação. A parábola o omite, mas a Revelação nos diz claramente que é sempre Deus que está agindo. Ele permite a queda, para o homem chegar a viver uma gratidão eterna, por reconhecer a graça da reconciliação e, com ela, de voltar à posse das riquezas de Deus, é dom de Deus.

A parábola apresenta conceitos de difícil compreensão: 1º) A atitude de amor incondicional do Pai; 2º) A incapacidade de compreendermos a desgraça que atraímos sobre nós com as nossas decisões irresponsáveis; 3º) A insensibilidade da qual não sabemos nos livrar para poder chegar a ter os sentimentos que a nossa religião nos ensina.

Deus é tipificado no pai, nós somos tipificados pelos dois filhos. 2Cor 5,17-21 apresenta o Plano de Deus em nosso favor. A Páscoa, dele, deveria ser a nossa contínua celebração. Cristo, com a sua Morte, conquistou para nós a libertação e a condição de nos alimentarmos com os frutos da terra. Tudo está simbolizado na figuras da conquista da terra (Js 5,9a.10-12).

Em virtude da libertação que a Morte de Cristo nos alcançou, somos novas criaturas. Nosso compromisso é de nos tornarmos justiça de Deus. O Pai das luzes nos regenerou pela Palavra da Verdade para sermos primícias da nova criação. Pela Palavra escutada, celebrada, participada e testemunhada, devemos atuar em nós a imagem do nosso Criador (Cl 3,10).

Os erros: Preocupações materiais. Opção pelas nossas decisões pessoais, em lugar de observar os mandamentos de Deus. Descuido em procurar a Deus pela reflexão sobre a Escritura.  Eles nos levam à miséria moral.

O gratuito divino se revela quando constatamos que até quando pensamos de sermos justos diante de Deus, estamos longe dos sentimentos de Deus.

Não podemos cair no absurdo de viver de forma independente como pretendia o filho pródigo.

Padre Ferdinando Maria Capra pertence à Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo (Barnabitas) e serve no Rio de Janeiro (RJ).