Por: Padre José Adelson M. Ramos das Mercês, Bta

A frase latina que dá título a esse escrito, tomada do Evangelho de Cristo (Lc 5,4), tornou-se conhecida na preparação ao Grande Jubileu 2000, usada por São João Paulo II para indicar à Cristandade a sua atitude, revigorando o seu compromisso, ante o Novo Milênio. “Dunc in altum”, em sua versão popular significa “avançar para águas mais profundas”. Foi dito pelo Senhor a Pedro e companheiros, naquela noite em que nada haviam conseguido pescar.

Tornou-se emblema de proposta para ampliarmos ainda mais nossos horizontes, sermos mais enfáticos em nossa rota evangelizadora, despertarmos para a realidade atual e vivenciarmos mais profundamente os ensinamentos de Jesus.

A proposta da fusão de aglomerados de comunidades religiosas, chamadas de “Províncias” (há Congregações que o designam com outro termo), ao redor do mundo, é recorrente na Igreja. No que se refere aos Barnabitas, a penúltima dera-se em 1982, quando, por exemplo, as várias Províncias italianas fundiram-se em apenas duas, Norte e Centro Sul. Vários são os motivos, quase sempre devido às intempéries causadas pelos homens e pelos tempos, nada sem a chancela do Vaticano.

A última Assembleia Geral da Ordem (dita “Capítulo Geral”), ocorrida no Rio de Janeiro, de 8 a 24 de julho de 2018, foi histórica não só pela maioria de presença juvenil e realização fora do Velho Mundo, quanto por haver determinado que até 2021 as Províncias loteadas nos 18 países onde os Barnabitas trabalham deviam fundir-se em seis. Em nossa pátria, as duas Províncias, Norte e Centro-Sul, reuniram-se na única Província Brasileira.

Foi o que aconteceu entre o final de novembro e início de dezembro 2021, em Benevides (PA). No Capítulo Provincial foi estabelecida a supressão das duas Províncias, Norte e Centro-Sul, e constituída a nova Província Brasileira, com a nomeação do seu Superior, Padre José Andraci Sousa Rocha.

A reunião também elegeu o Conselho da nova Província e aprovou o novo Estatuto Provincial. O congresso reuniu 27 religiosos que representaram os 60 barnabitas brasileiros, contando com a presença do Superior Geral, Padre Francisco Silva, e o Vice-Geral, Padre José Carvajal, vindos de Roma.

Experiência como essa, empreendida agora pelos Barnabitas, já ocorreu em inúmeras Ordens, Congregações e Institutos de vida consagrada, resultando em enorme proveito aos grupos religiosos de antiga e de nova geração, pois que soma forças, congrega esforços, renova espíritos, reanima a atividade apostólica e areja a vida comunitária.

As primeiras iniciativas desse novo formato de ação Barnabita têm sido o cuidado com a continuidade, ou seja, com a formação dos jovens vocacionados; e a readequação das comunidades religiosas. Passos para isso estão sendo dados imediatamente, o que implica um dinamismo que não pode esperar. “Dunc in altum!”

Por amor à Eucaristia

A Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo – mais conhecidos por Barnabitas – foi fundada em 1532, por Santo Antônio Maria Zaccaria. Está presente nos quatro Continentes e chegou ao Brasil em 1903, assumindo inicialmente missões em Pernambuco e no Pará. Hoje, os Barnabitas atuam em Brasília, Ceará, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Em terras paraenses, estiveram à frente do Seminário Diocesano, em Belém, e paróquias nos municípios de Bragança, Viseu e Ourém, antes de se estabelecerem, definitivamente, na então Paróquia de Nazaré.