Para os devotos que visitam a Basílica Santuário de Nazaré tornou-se tradição amarrar uma fita no portão em frente à igreja. Por falar nelas, as fitas colorem as ruas durante a festa da Rainha da Amazônia, assim como os pulsos dos promesseiros que conduzem a Berlinda ao tocarem na corda ou os que acompanham a procissão durante a manhã do segundo domingo de outubro.
Consideradas como fortes símbolos de piedade popular, as tradicionais fitas amarradas em frente ao portão são retiradas todos os anos para que a sejam incineradas. Mas afinal, o que é piedade popular?
De acordo com o Documento de Aparecida (DA), 258: “Esta maneira de expressar a fé está presente de diversas formas em todos os setores sociais, em uma multidão que merece nosso respeito e carinho, porque sua piedade reflete uma sede de Deus que somente os pobres e simples podem conhecer”.
Segundo o Papa Francisco, é de suma importância manter a piedade popular viva e não esquecer a Evangelii Nuntiandi, Exortação apostólica de 8 de dezembro de 1975 na qual o Papa São Paulo VI, alterou o nome de “religiosidade popular” para “piedade popular”. Também o atual Santo Padre, após ler o DA enviado a ele pelo Vatican News, disse o seguinte: “Em nossa cultura latino-americana e caribenha conhecemos o papel tão nobre e orientador que a religiosidade popular desempenha especialmente a devoção mariana, que contribuiu para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos, não obstante as diferenças sociais, étnicas ou de qualquer outro tipo” (DA, 37).
Em unidade ao Papa e em enorme consideração ao povo de Deus, os Padres Barnabitas realizam o rito da queima desses pedidos que simboliza o acolhimento de Deus a essas súplicas dos fiéis por meio das fitas. Que Nossa Senhora de Nazaré interceda pelos pedidos de seus filhos e filhas!