“Diletíssimos, exultemos no Senhor e com alegria espiritual regozijemo-nos, porque despontou para nós o dia que significa a nova redenção, a antiga reparação, a felicidade eterna” (São Leão Magno).

O Amor veio ao nosso encontro

Eis que o Natal do Senhor está às portas. Mas, o que festejamos nesse período? Nossa Igreja celebra a encarnação do Verbo divino, em outras palavras, o Filho unigênito se fez gente no seio da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo. Aqui, contemplamos um dos mais importantes acontecimentos da história da humanidade: Deus, sendo tudo, fez-se pequeno e agora está mais pertinho de nós.

É indubitável que a vinda do Senhor produz no ser humano, em nosso entorno, uma mística benfazeja. Ficamos mais sensíveis, a caridade floresce espontaneamente.

O Natal nos ajuda a tirar de nosso ser o melhor de nós mesmos, impeli-nos a atos de bondade. Tal fator reflete a essência do ser humano, ser bom, aí está o mais próprio de nós mesmos, ou seja, quanto mais atos de bem praticamos mais fortalecemos nossa humanidade no sentido original: gestos de bem equivalem a práticas que humanizam. Com efeito, o próprio Criador, ao contemplar sua obra, disse-nos que tudo quanto havia feito era bom (Gn 1, 31).

Natal também é tempo de visitar nossa história. Quantas lembranças lindas de natais passados com familiares, com amigos. Esses são belos tesouros que devem ser guardados com afinco no íntimo do nosso ser. Entretanto, há algo que também não devemos esquecer: nesse período celebramos o nascimento de Jesus, seu nome significa “Deus salva”, portanto celebramos aquele que nos deu a salvação, redimiu-nos. Ele é o Amor, que veio ao nosso encontro para que a humanidade reaprendesse o significado autêntico do amor, dessa forma, com Ele e Nele, humanizaremos o mundo e o faremos um lugar mais iluminado.

Amiúde nos perguntamos: que sentimento imensurável é esse que se apodera de nós no tempo do Natal? A resposta, irmãos, encontra-se na perspectiva da fé. No Menino Deus o céu veio ao nosso encontro. Ora, se lá na eternidade encontramos a plenitude da vida, a felicidade eterna, por conseguinte, com a vinda de Cristo ao mundo experimentamos um pouquinho desse céu. É o eterno que toca nossa finitude, mostra-nos que o amor nos abre a perspectiva de paraíso. Eis aí o porquê de indizível regozijo que transborda de dentro de nós, ei-lo plasmado de forma concreta que, por vezes, faz-nos pensar que explodirá em nosso peito. O Natal é maior que nós, pois o Eterno e a eternidade nos superam.

É preciso, pois, permitir que a mística que envolve o Natal, adentre em nosso ser, em nossas casas, conecte e configure nossa vida com a de Cristo.

Que nesse Natal nossa vida e nosso lar, estejam de portas escancaradas para a Sagrada Família, que possamos dizer: seja bem-vindo Jesus, nasce, reina, permanece aqui. Junto aos anjos, queremos que nosso cantar irradie o universo de santo regozijo. Com a corte celestial cantaremos “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”.

Feliz Natal!

Pe. Cavalcante!