Dando continuidade a série de textos que explicam sobre o passo a passo da Santa Missa, nesta semana entenderemos um pouco mais sobre o Rito da Palavra que representa a segunda parte da celebração.

Normalmente, neste caso, são feitas três leituras bíblicas: em geral um texto do Antigo Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um texto do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente.

Isto, porém, não significa que será sempre assim; às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do Novo Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos Atos dos Apóstolos; é raro acontecer, mas acontece… Fixo mesmo, apenas o Evangelho, que será extraído do livro de Mateus, Marcos, Lucas ou João.

Deus convoca a assembleia e a ela dirige a sua Palavra e a interpela no hoje da História. A liturgia da Palavra compõe-se de leituras tiradas da Sagrada Escritura, salmo responsorial, aclamação do evangelho, homilia, profissão da fé e oração universal.

Entenda:

Primeira Leitura

Sempre extraída do antigo testamento, a primeira leitura evidencia a realização das promessas de Deus. De acordo com o Padre Luiz Cechinatto, na obra “A Missa Parte por Parte: “precisamos conhecê-lo para entender a história de nossa Salvação e vermos o longo caminho andado até a chegada do Messias. Aquele passado distante faz parte do processo amoroso de Deus, que quis caminhar conosco falando a nossa linguagem”.

Salmo Responsorial

O Salmo Responsorial, Palavra de Deus, é parte integrante da Liturgia da Palavra de Deus. É a resposta orante da assembleia à 1ª leitura. Favorece a meditação da palavra escutada.  Em lugar do refrão do mesmo salmo, podem-se cantar refrãos adaptados, de caráter popular. Dar-se-á, sempre, preferência a um salmo em lugar do chamado canto de Meditação.  (CNBB)

Segunda leitura

Ao contrário da primeira leitura, a segunda traz somente leituras do novo testamento das cartas escritas pelos apóstolos Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas.

Canto de Aclamação do Evangelho

Depois da leitura, que precede imediatamente o Evangelho, a assembleia canta o “Aleluia” ou outro cântico, indicado pelas rubricas (rubrica corresponde a uma anotação em vermelho, nos livros religiosos, para orientação litúrgica), conforme o tempo litúrgico.

Deste modo, a aclamação constitui um rito ou um ato, com valor por si próprio, por meio do qual a assembléia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai falar no Evangelho, e professa a sua fé por intermédio do canto.

Ele deve ser cantado por todos em pé, iniciado pela schola ou por um cantor, e poderá ser repetido se for conveniente; no entanto, o versículo deverá ser cantado pela schola (uma schola cantorum é uma escola de canto coral e um coro de jovens para acompanhar as funções religiosas da Igreja Católica) ou pelo cantor.

Evangelho

Neste momento, todos ficam de pé. O texto do Evangelho é proclamado por um Diácono ou pelo Padre. É um dos principais pontos da Liturgia da Palavra, tendo em vista que representa o sinal da presença de Cristo durante a celebração. Obrigatoriamente, a leitura é feita dos seguintes evangelistas: São Marcos, São João, São Mateus e São Lucas. Estes que narram relatos da história de Cristo.

Homilia

Ela atualiza a Palavra de Deus de modo a interpelar a realidade da vida pessoal e comunitária, fazendo perceber o sentido dos acontecimentos, à luz do plano de Deu, tendo como referencial a pessoa, a vida, a missão e o mistério pascal de Jesus Cristo. A explicação viva da Palavra de Deus auxilia a assembleia a participar na oração de louvor e na vivência da caridade, buscando realizar a ligação entre a Palavra de Deus e a vida, da mensagem que brota dos textos em conjunto e entre harmonia entre si, atingindo a problemática do dia a dia da comunidade.

Profissão da Fé (Credo)

Este nada mais é do que um resumo da fé católica. É como que um juramento público, uma declaração pública que a pessoa faz sobre a sua fé. Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma verdade de fé, durante a missa costuma-se a recitar o Símbolo dos Apóstolos, oriundo do séc. I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido para eliminar certas heresias a respeito da divindade de Cristo, é mais longo, mais completo. Na prática, usa-se o segundo nas grandes solenidades da Igreja.

Creio em Deus pai todo poderoso
Criador do céu e da terra
E em Jesus Cristo seu único filho
Nosso Senhor
Que foi concebido
Pelo poder do Espírito Santo

Nasceu da Virgem Maria
Padeceu sob Pôncio Pilatos
Foi crucificado, morto e sepultado
Desceu à mansão dos mortos
Ressuscitou ao terceiro dia

Subiu aos céus e está sentado
A direita de Deus Pai todo poderoso
De onde há de vir e julgar
Os vivos e os mortos

Creio no Espírito Santo
E na Santa Igreja Católica
Na comunhão dos santos
Na remissão dos pecados
Na ressurreição da carne
E na vida eterna.

Amém!

 

Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis

O ultimo ato do Rito da Palavra é considerado aquele no qual as preces da comunidade se evidenciam, nelas as suplicas são apresentadas ao Senhor.

Alguns pedidos não devem ser esquecidos, como:

1. As necessidades da Igreja.

2. As autoridades públicas.

3. Os doentes, abandonados e desempregados.

4. A paz e a salvação do mundo inteiro.

5. As necessidades da Comunidade Local

Fotos: Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Texto: Jacques Menezes – Ascom Basílica Santuário de Nazaré