“A Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo. Essa nos torna partícipes da sua vitória sobre o pecado e a morte e dá significado pleno à nossa vida” – Papa Francisco

A Santa Missa é o ato supremo da fé, é a propagação da Palavra da Salvação há séculos, “não é somente a recordação dos acontecimentos do passado, mas os torna, de certo modo, presentes e atuais. Precisamente assim Israel entende a sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo tornam-se presentes na memória dos crentes a fim de que conformem a esses a própria vida” (Catecismo da Igreja Católica, 1363).

Devido à magnitude do mistério que acontece no ato da celebração, neste mês de novembro, será disponibilizado um passo a passo da missa, uma série de textos para que você, caro leitor e cara leitora, saiba o que significa cada um dos momentos que fazem parte da santa celebração. Neste primeiro momento, o foco será os Ritos Iniciais.

Ritos iniciais da santa missa:

Canto de entrada

Este é o momento de iniciar a santa celebração, por meio do cântico a assembleia se une e também identificar o tempo litúrgico que se está vivenciando. Durante o canto, o sacerdote entra com os ministros para iniciar a acolhida.

Acolhida

Ao fim da entrada, o sacerdote junto ao diácono e ministros faz uma inclinação profunda para então o padre beijar o altar, em sinal de veneração; e, se for necessário, o mesmo incensa a cruz e o altar.

Terminado essa parte, segue com o sinal da cruz. Dando continuidade, através da saudação e a resposta do povo, manifesta-se o mistério da Igreja reunida.

Antífona de Entrada

As antífonas tem função exortativa e são, normalmente, um pequeno versículo bíblico. Aparecem em dois ritos: o inicial e da comunhão.

Ato Penitencial:

Cada um, na sua individualidade, tem suas fraquezas, limitações e comete erros até mesmo sem perceber de imediato, por isso o ato penitencial chama os fiéis a realizarem um exame de consciência e restabelecerem o canal da graça através da confissão dos pecados à Deus, mas também é uma súplica de oração aos irmãos e irmãs presentes na celebração, à Virgem Maria, aos anjos e santos.

Ao assumir os pecados por pensamentos, palavras, atos e omissões, de coração aberto e com uma genuína vontade de se conectar com o sagrado, começa a preparação necessária para receber o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo que, no momento de sua morte, falou “Pai, perdoai-lhes: não sabem o que fazem” (Lc 23,34).

É importante ressaltar que no Ato Penitencial, mesmo que o sacerdote conceda a absolvição da comunidade, apenas os pecados veniais são perdoado. Somente através da confissão sacramental que se obtém o perdão por pecados mais graves.

Após alcançar o perdão de Deus por meio da invocação do sacerdote que preside a celebração a comunidade, com o coração livre do peso da culpa, entoa o hino de louvor por todas as graças recebidas.

Hino de Louvor (Gloria in excelsis Deo)

Depois de mais de mil anos, cantamos com as palavras daquelas mesmas comunidades antigas. Sinal de comunhão que atravessa os séculos. As palavras dos anjos na noite do Natal: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados” (Lucas 2, 14).

O Gloria in excelsis Deo é um dos cânticos mais antigos da Igreja Católica, não é um simples louvor trinitário, mas um solene louvor ao Pai e ao Cordeiro. Mas não é em todas as missas que é cantado ou recitado, no tempo do advento e na quaresma, por exemplo, o hino de louvor é omitido. Apenas aos domingos, nas solenidades e festas ou em celebrações especiais mais solenes se faz presente.

Oração Coleta

Essa é a primeira oração presidencial da Missa. Do latim “collígere” que significa reunir, recolher. Tem como finalidade reunir em uma oração todas as orações da assembleia, por isso o padre inicia com “Oremos”, seguida de uma breve pausa. É neste momento em que os presentes se coloquem, mentalmente, em oração. Depois o sacerdote “coleta” os pedidos do povo, os eleva a Deus e diz a oração do dia focalizando o mistério a ser celebrado na Missa.

Fotos: Ascom Basílica Santuário de Nazaré

Texto: Karol Coelho – Ascom Basílica Santuário de Nazaré (com informações encontradados no site Emaús Nacional)