Foi assinado na manhã deste domingo, 12 de janeiro, o contrato de patrocínio da empresa Vale, no valor de R$ 3,5 milhões, para execução da 1ª etapa do projeto de conservação e restauração da Basílica de Nazaré e requalificação da cripta. O evento foi considerado um presente da Paróquia, que sedia o Círio de Nazaré, a Belém, na data do aniversário da capital paraense.
O projeto de restauração foi contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura, do governo federal, em janeiro de 2019, no valor integral de R$13,5 milhões. As prioridades dessa fase são a recuperação de estruturas fundamentais do edifício da igreja, readequações, restauração do altar-mor, vitrais, sistema de refrigeração, reparos do telhado, iluminação e implantação de um sistema de prevenção de incêndio. Serão executadas, também, ações de “educação patrimonial”.O projeto é uma REALIZAÇÃO das Obras Sociais da Paróquia, que se habilitou junto à Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para receber e administrar recursos oriundos dos incentivos do governo federal, no valor exato de R$13.558.675 milhões. A Vale foi a empresa que atendeu às solicitações de patrocínio. Porém, a paróquia continuará empenhada para atrair novos parceiros visando complementar o projeto. Os responsáveis pela entidade perante o Ministério foram os padres Francisco Cavalcante Júnior (presidente) e José Adelson Ramos das Mercês (vice-presidente) das Obras Sociais de Nazaré.
HISTÓRIA E INTERVENÇÕES
A historiografia da Basílica registra que o templo foi edificado no mesmo local onde Plácido José de Souza construiu a ermida que abrigou a imagem de madeira de Nossa Senhora de Nazaré, encontrada às margens de um igarapé. O hoje, a imagem do milagre do achado está exposta no altar-mor da Basílica Santuário.
A obra da igreja começou em 1909. Referência para romeiros e devotos de Nossa Senhora de Nazaré, ou simples turistas, sua arquitetura é singular no contexto dos templos católicos construídos em Belém desde o século XVII. Trata-se de um projeto inspirado na Basílica de Roma extramuros. A nave central tem treze metros de altura. O Glória, onde está exposta a imagem original, é uma escultura compacta de mármore branco de Carrara, engastado com mosaicos de ouro. Confeccionado na Itália, ocupa o fundo da capela-mor, em contraluz; tem cinco metros de altura, três de largura e pesa 12 toneladas. Foi inaugurado, junto com o altar-mor, em 15 de agosto de 1923.
A ornamentação da Basílica obedece ao estilo eclético, com peças em mosaicos, estatuária em mármore de Carrara, madeira (forro), granito, pedras de diversos padrões, lampadários venezianos, vitrais policromáticos fabricados na França.
Estão previstas intervenções em vários segmentos do edifício, destacando-se o telhado e a rede elétrica. As avarias dos vitrais também serão reparadas, e o edifício receberá uma rede de prevenção e combate a incêndio.
O padre Francisco Cavalcante, pároco de Nazaré e presidente da Obras Sociais, diz que toda a comunidade tem uma grande expectativa a respeito do projeto, para que “este patrimônio cultural e religioso continue esplendoroso, sempre belo aos olhos dos nossos fiéis e peregrinos”. Sobre o aspecto religioso, ele acrescenta que a “Basílica é rica em elementos catequéticos que remetem ao sagrado, à Eucaristia. Os devotos podem fazer uma peregrinação orante no templo, buscando encontrar, sempre, o Cristo Jesus”.
VALE PATROCINA O PROJETO
O contrato de patrocínio foi assinado na manhã deste domingo como acontecimento comemorativo dos 404 anos de fundação de Belém. Um presente das Obras Sociais a Paróquia de Nazaré e da Vale, depois da missa de ação de graças presidida pelo padre Francisco Maria Cavalcante. O evento reuniu, além dos sacerdotes barnabitas, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, Dom Antônio de Assis Ribeiro, e dois executivos da Vale: José Fernando Gomes, gerente de relações governamentais da empresa no Pará, e Christianna Saldanha, gerente de patrocínios, que assinaram o contrato, conjuntamente com o presidente das Obras Sociais da Paróquia de Nazaré. O bispo auxiliar e o padre Adelson Ramos das Mercês, vice-presidente das Obras Sociais, assinaram o contrato na condição de testemunhas. Além do padre Francisco Cavalcante.
Dom Antônio Ribeiro falou em nome da Arquidiocese. Disse que “os bens arquitetônicos, a preservação da história, o cuidado com a ciência, o zelo pela a arte são um bem comum”. Ao destacar a parceria com a Vale, conclamou toda a sociedade a somar esforços com o Estado, instituições e empresas com esse objetivo: “O que celebramos hoje é uma atitude de subsidiariedade, de integração, corresponsabilidade, entre o Estado e o empresariado”. Disse ainda que à Arquidiocese de Belém “muito se alegra com esta parceria entre o governo (federal) e a Vale. Vale sempre fazer o bem. E que a lei de incentivo é também uma lei de incentivo à corresponsabilidade”.
O prefeito Zenaldo Coutinho foi representado no evento pelo presidente da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), Fábio Atanásio. E o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Cultura representou a secretária Úrsula Vidal.
Fotos: Yêda Sousa
Texto: Nélio Palheta