Nascido em 25 de julho de 1875, na Itália, Padre Afonso Di Giorgio fez a sua Profissão simples no Noviciado de São Felice a Cancello (sul da Itália), aos 25 de dezembro de 1892 e, em janeiro de 1896, sua Profissão Solene, em Roma. No dia 14 de agosto de 1898, na mesma cidade, foi ordenado sacerdote.

Após boa trajetória como professor, foi escolhido para integrar o primeiro grupo de Barnabitas, chefiados pelo Padre Francisco Richard, que embarcou para o Brasil, chegando no dia 21 de agosto de 1903, em Pernambuco. Jovem ardoso, percorreu durante um ano aquelas zonas devastadas pela seca, sendo transferido para Belém no ano seguinte.

Ao lado do Padre Richard, seu Superior, em 1909, assistiu ao lançamento da pedra fundamental da Basílica Santuário de Nazaré que, mais tarde, lhe seria confiada para que a embelezasse e concluísse a obra. Alguns anos depois, foi designado para outras funções. Em 1918 volta a Belém, para suceder ao Padre Richard como Vigário da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré. Nesta missão, Padre Afonso empreendeu uma verdadeira cruzada contra o analfabetismo, construindo duas novas escolas paroquiais e beneficiando centenas de crianças.

Mas não há dúvida que a grande obra, pela qual Padre Afonso Di Giorgio está eternizado, é a Basílica Santuário de Nazaré. Seus predecessores levantaram o arcabouço e o entregaram às suas mãos sem ornamentação. O templo foi inaugurado em 1923, ainda em fase de acabamento, quando recebeu do Vaticano o Título Basilical. De gênio inventivo, Padre Afonso se esmerou para dotar a Basílica de maravilhosos vitrais, medalhões, estátuas e o deslumbrante altar-mor, encimado pelo Glória – obra-prima do fabuloso escultor italiano Antonio Bozzano –, tendo ao centro a imagem original da Virgem de Nazaré. Aliás, o altar-mor foi inaugurado no dia 15 de agosto, em comemoração às suas bodas de prata sacerdotais. A decoração da igreja foi concluída em 1962, ano do falecimento de Padre Afonso.

Num corpo franzino e sob vestes sempre humildes, Padre Afonso escondia um gênio de artista e uma alma devotada à Santíssima Virgem de Nazaré. Inicialmente sepultado no Cemitério de Santa Isabel; em 1993, teve seus restos mortais trasladados para um altar, com sua efígie aposta em um vitral, emoldurando um dos janelões da Basílica Santuário, a joia que ele ajudou a lapidar. Repousa, agora, à sombra do trono de sua Rainha.