Nasceu em Genebra, em 06 de maio de 1874, de família humilde, que a morte do pai e uma grave enfermidade da mãe levaram à mais negra miséria. Padre Richard foi educado num orfanato e, aos 12 anos de idade, entrou na Escola Apostólica a 1º de julho de 1886. Aos 17 anos, iniciou o bacharelado na Sorbonne. Em 1891, entrou no Noviciado de Mouscron (Bélgica) e, a 24 de outubro de 1892, fez sua profissão. Seguindo para Paris, voltou à Sorbonne para a segunda parte do Bacharelado em Letras e Filosofia, enquanto frequentava o Instituto Católico para conseguir a licença em Letras. Em 1895, fez sua profissão solene e prestou serviço militar; cursou dois anos de Teologia em Roma e os outros dois em Paris. Em 17 de dezembro de 1898, foi ordenado sacerdote em Bruges (Bélgica). De 1898 a 1902, ensinou no Colégio de Gien. Fugindo da perseguição religiosa, Padre Richard partiu para o Brasil, aonde chegou a 21 de agosto de 1903, como Superior do escalão, destinado a missionar no interior do estado de Pernambuco.

Depois de dois anos, Padre Richard embarcou com toda a sua comunidade para Belém do Pará e foi feito Vigário da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, tornando-se o seu primeiro pároco barnabita. Certa vez, executando urgentes reparos na antiga igreja de 1884, necessários, sobretudo por uma rachadura insanável, Padre Richard percebeu que o conserto não resolveria o problema. Ademais, a crescente afluência de fiéis e a expansão da cidade – que já em 1900 contava com 100.000 habitantes –, fizeram com que a idéia da construção de um novo templo tomasse vulto. Para tanto, não sem granjear inimizades, cortou os excessos e reorganizou as finanças da paróquia. As ofertas avultaram e ao término da sua administração, em 1908, havia em caixa 100 contos já destinados ao empreendimento. Logo após, a decisão de seu sucessor, Padre Emilio Richert, e a providencial verba que acumulara permitiram a concretização do sonho da nova igreja, aclamada como a mais esplendorosa da Amazônia.

Na Congregação Barnabita, Padre Francisco Richard exerceu os mais altos cargos da Província Brasileira e participou dos Capítulos Gerais da Ordem nos anos de 1910, 1922,1925, 1928 e 1937. Faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de maio de 1945.