Reflexão do Evangelho – Mateus 18,21-19,1

A correção fraterna deve ter  as características que somente se tornam presentes no homem que chega a não ter  nenhum temor, quando eleva o seu pedido a Deus, porque tem a certeza que será ouvido. De fato, o primeiro passo que deve ser dado diante de um irmão que peca é aquele de rezar por ele. Por este gesto, aquele que pretende corrigir o irmão, chegará a ver quanto, de fato, ele mesmo é puro. Isto o levará a proceder com extrema calma e prudência; procedimento que será correto exatamente porque nele vive a perfeição da caridade (cf. Gl 6,1-5). De outra forma, as palavras de Jesus: “hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho” ecoarão nele como prudente admoestação. Deduzimos este ensinamento pela leitura de 1Jo 5,14-16. Quando a correção procede segundo a linha da perfeita caridade, não alcança o seu objetivo somente quando o irmão que peca se põe numa posição de confrontação com Deus. Os passos de uma segunda tentativa com duas testemunhas, e da denúncia à Igreja, justificam-se pela caridade que os fiéis devem ter com a comunidade, que deve ser preservada do mau fermento (1Cor  5,6-8).

O ensinamento que encontramos em 1Jo, quanto à oração que certamente Deus escuta, nos alerta que não necessariamente a oração deva ser atendida pelo simples fato de dois ou três se juntarem. Jesus se torna o mediador da oração dos fiéis quando a comunidade se engaja na observância dos seus mandamentos, como ensina Jo 14. O próprio Jesus, então, fará questão de realizar as obras dos fiéis para que, por ele, o Pai seja glorificado.

Padre Ferdinando Maria Capra pertence à Ordem dos Clérigos de São Paulo (Barnabitas) e serve no Rio de Janeiro (RJ).