Semana Santa 2024: Celebração da Ceia do Senhor e Lava-pés aconteceram nesta quinta-feira (28)

“Eis que lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês também o façam” (João 13,15).

Com a Missa da Ceia do Senhor, celebrada nesta quinta-feira (28), a Basílica Santuário de Nazaré deu início ao chamado Tríduo Pascal e comemorou a Última Ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que foi entregue, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue simbolizados pelo Pão e Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores. Nesta missa se faz a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio.

A celebração que foi presidida pelo Padre Francisco Maria Cavalcante, Pároco na Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, contou com a presença de doze assistidos pelos quatro Projetos Sociais da Basílica Santuário de Nazaré, que tiveram seus pés lavados pelo padre, lembrando o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos.

Em sua homilia, Padre Cavalcante falou sobre a instituição do sacerdócio e da Eucaristia: “Deus não chama os perfeitos, Deus chama os que Ele quer. Podemos olhar para cada um de nós, cada um de nós temos uma missão, um chamado de misericórdia e amor de Deus. Muitos são chamados e poucos são escolhidos”.

Padre Cavalcante meditou ainda, sobre o ato do lava-pés. “O senhor se dispõe a lavar os pés. Nesse gestou, Jesus expressa a essência do cristão: ser servo. Devemos dar o melhor em tudo que fazemos, para podermos servir melhor, com amor no reino de Deus, pois no coração de Jesus, todos são amados iguais, não existe distinção”. 

Entre os escolhidos dos projetos sociais mantidos pela Basílica Santuário de Nazaré, para o rito do lava-pés, estavam Raissa Campos de 14 anos, Isaque de Jesus de 16 anos e Salomão Fernandes de 14 anos, os três adolescentes são assistidos na Unidade São Rafael, que fica localizada em Ananindeua.

Os adolescentes ficaram muito felizes de participar da missa e disseram nunca ter participado da missa de lava-pés antes. “Ficamos muitos felizes de ter vindo, amamos o projeto e participar da missa foi especial”, disse Isaque que é assistido pelo projeto desde os seus seis anos.

Raissa entrou no projeto esse ano, e ficou maravilhada com a celebração. “Foi muito bonito, não sei nem explicar minha emoção”.

Salomão reforçou o quanto adora estar no projeto. “Eu adoro estar no São Rafael, conheci muita gente, fiz vários amigos e os educadores são muito legais”.

Dona Ana Maria Rodrigues, de 65 anos, faz parte da Unidade Nazaré, que assiste os idosos e está no projeto desde o início. “Estou no projeto há sete anos, desde que começou aqui e nunca havia participado da missa do lava-pés e o padre lavar meus pés foi emocionante, fiquei maravilhada por ter sido escolhida”.

Histórico do Lava-pés

Antigamente, no tempo de Jesus, as pessoas caminhavam pelas estradas empoeiradas. Por isso, o costume de lavar os pés acontecia, sobretudo em vista de uma refeição.

Na antiguidade, a prática do lava-pés fazia parte da hospitalidade: o anfitrião, ao receber um hóspede, providenciava uma vasilha com água para que lhe lavasse os pés. Mas, este gesto tinha ainda muitos outros significados: respeito pela pessoa, cortesia, purificação e unção.

Na Igreja primitiva, o rito de lava-pés era praticado também como sinal de piedade, submissão, humildade, boas-vindas.

Fotos e texto: Bárbara Matoso – Basílica Santuário de Nazaré