“Sexta-feira Santa é o dia do silêncio e da adoração, dia no qual se medita com a Via-Sacra a Paixão de Cristo e se repercorre com Jesus o caminho da dor que leva à sua morte, uma morte que, sabemos, não é para sempre”

Sexta-feira Santa 

Levantado diante de todos está Jesus crucificado e abandonado. Na cruz, Ele passou por todas as dores humanas. Mas no abandono, “meu Deus, meu Deus por que me abandonaste”, as dores físicas ficaram em segundo plano e Ele foi tomado por uma dor maior: psíquica e espiritual.

Aproxime-se interiormente dele e perceba que você o assemelha. Ele se sentiu ameaçado, interrogado, desprezado, traído, desiludido, amedrontado, ofendido, insultado, decepcionado, humilhado, derrotado, coagido, frustrado, preso, atacado, indignado, imobilizado, sufocado, abandonado…

É importante chamá-lo pelo nome. Por exemplo: sinto-me parecido a ti, Jesus abandonado derrotado. Sinto-me parecido a ti, Jesus abandonado ofendido. Chamando-o pelo nome, o descobre e o encontra atrás de cada dor e Ele lhe responderá com um amor vivo, palpitante. Se o abraçar, Ele lhe dará paz, conforto, coragem, equilíbrio, integração, saúde, vitória. Ele sempre foi para o universo inteiro a explicação e a solução de tudo e o será para você também.

Observe algo a mais: é impossível imaginar o que Jesus sentiu na cruz e no abandono. E mesmo mergulhado naquele oceano de dor, a sua resposta foi amor a quem estava ao seu redor: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”. “Mulher, eis aí o teu filho”. “Em tuas mãos entrego o meu espírito”. Ele se sentiu um nada, mas não parou de amar um instante sequer! O amor fincado no sofrimento, afunda as raízes no divino e participa da eternidade de Deus.

Texto: Vatican News

Foto: Yêda Sousa – ASCOM Basílica Santuário de Nazaré